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Em 1852, o matemático Charles Lutwidge Dodgson fez uma viagem de barco pelo rio Tâmisa com o amigo Robinson Duckworth, pai de Loriny, Edith e Alice. Para entreter as meninas durante o percurso, Charles lhes contou de improviso a história de uma garota que entra em uma toca de coelho e começa a viver aventuras fantásticas em um lugar povoado por criaturas oníricas sem lógica de tempo e espaço. Alice gostou tanto da história contada que pediu para que Charles a escrevesse.
Em junho de 1865, com o pseudônimo de Lewis Carrol, Dodgson publicou 2 mil cópias de Alice no País das Maravilhas, pela editora Macmillan. No entanto, o ilustrador John Tenniel ficou tão frustrado com a má qualidade da impressão que pediu um recall da edição e uma nova edição foi reimpressa.
Em agosto daquele mesmo ano, Lewis Carroll escreveu em seu diário pessoal que as 2 mil cópias seriam vendidas como papel usado. Imagine comprar uma resma de papel usado e dar de cara com as primeiras ilustrações de Alice tomando chá com o Chapeleiro Maluco? Muita gente acharia que é algum truque do Gato de Cheshire para aparecer onde bem entende.
A partir dessa reimpressão, a obra nonsense foi traduzida para 170 idiomas e virou um sucesso imediato de vendas – Oscar Wilde e a rainha Vitória leram o livro. Apesar de ser direcionado para o público infantil, Alice no País das Maravilhas é aclamado por ter duas narrativas paralelas: uma para crianças e outra para adultos.
Mais de 150 anos depois do lançamento, restam apenas 22 exemplares dessa edição descartada – elas são mais raras que o primeiro manuscrito escrito por Shakespeare. Das 22, 16 delas estão em bibliotecas e seis pertencem a colecionadores e instituições privadas. No entanto, nem todas estão em bom estado de conservação e apenas duas não foram modificadas.
Um dos exemplares foi leiloado em Nova York, dia 16/06/2016. A relíquia pertencia a Jon A. Lindseth, que coleciona o trabalho de Lewis Carroll há 25 anos. Lindseth decidiu leiloar a edição lendária depois que doou sua coleção para a Biblioteca Britânica, que (incrivelmente!) já tem um exemplar da edição que foi para o lixo. “Um novo capítulo começa para essa raridade”, escreveu Lindseth no anúncio do leilão.
Em 1998, a cópia pessoal de Carroll foi leiloada por 1,54 milhões de dólares e uma foto original da Alice, a menininha de 6 anos que gostou da história enquanto viajava pelo Tâmisa, foi vendida por 62 mil dólares.
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Fonte: (1).
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