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Hoje nós vamos contar para vocês sobre o casal de assassinos do pântano mais sinistro da história da humanidade.
Ian Brady era o escocês apaixonado pela sua amada namorada inglesa Myra Hindley, que infelizmente ficaram conhecidos na década de 60 como “Assassinos da Charneca” ou melhor “Assassinos do Pântano”. Eles ficaram com essa fama após desovarem quatro dos cinco corpos de crianças assassinadas por eles, com idades entre 10 e 17 anos; na região pantanosa de Saddleworth Moor – Inglaterra.
Ian Duncan Stewart – nasceu em janeiro de 1938 na região pobre de Glagow – Escócia. Filho de uma mãe solteira que trabalhava como garçonete e que para ele seria conhecida ao longo de parte da infância como “tia Peggy”. Passando por necessidades financeiras extremas, Peggy Stewart abdicou do filho Ian quando este contava 4 meses de idade, o entregando para John e Mary Sloane que já tinham quatro filhos. Peggy visitou Ian por algum tempo, até se mudar para Manchester na Inglaterra com seu novo marido Patrick Brady, época na qual Ian contava 12 anos.
Possivelmente já no começo da adolescência Ian descobriu que tia Peggy era sua mãe legítima, o que é estranhamente comum e apontado como fator de histórico em psicopatas “… a incidência de ilegitimidade e a mudança de uma criança de um lar para outro é alta” conclui o autor John Bowlby no livro (The Making and Breacking of affectional Bonds – 1979); – como nos casos de outros psicopatas prolíferos como Paul Bernardo (que descobriu relativamente tarde e passou a nutrir ódio descomunal por mulheres), quanto o mal afamado Charles Manson (que supostamente seria filho de uma prostituta que em certa altura o teria vendido/trocado por um barril de cerveja, quando ainda bebê) e ainda no caso do conhecido Ted Bundy (foi criado pelos avós como filho sem saber que sua irmã na verdade era sua mãe).
Ian era um cara extremamente inteligente, com um QI acima da média, porém quando adolescente ele vagabundeava com os estudos, passando a se interessar apenas e de forma obsessiva pela ideologia ariana de Hitler, colecionando peças com suásticas, lendo “Mein Kampft” direto do alemão e sendo conhecido como um fanático do nazismo. Aos 16 já tinha em sua lista três prisões por roubos. E era igualmente conhecido na região por seu sadismo com animais, chegando em um episódio, a fazer um buraco no chão e jogar um gato dentro, posteriormente cobrindo o buraco com uma pedra para saber quanto tempo o gato levaria até morrer de inanição. Nessa época escapou de ir para um reformatório quando concordou em deixar a favela de Glasgow na Escócia e rumar para casa de sua mãe Peggy na Inglaterra.
Adotou o nome de seu padrasto, passando a ser conhecido como Ian Brady e tentou se adequar, buscando atividades e trabalhando em um supermercado. Esteve entretido nos escritos do pai do Sadismo, Marquês de Sade, na qual a crença sadeana prevalece como se o assassinato “fosse necessário, nunca criminoso”. Também passou a se embriagar, mas por uma questão megalomaníaca de superioridade, e para se destacar ao meio, evitava consumir cerveja (visto como algo inferior) e sim se entregar aos vinhos. Aos 17 anos foi enviado para a prisão novamente, onde aprendeu contabilidade.
Saindo da prisão, pulou de emprego em emprego, até que favorecido pela função aprendida nos tempos de cárcere, foi empregado no estoque da empresa Millwards Merchandising.
Myra Hindley – nascida em Manchester em julho de 1942 filha mais velha de Nellie e Bob. Nos primeiros quatro anos de vida sofreu violência física pelas mãos de seu pai, em um episódio ao ser debochada por uma criança da vizinhança, seu pai teria a mandado bater na criança, e caso não fizesse que ele a espancaria por isso. Com a guerra, a presença de seu pai foi suprimida por sua ida ao fronte (ele teria servido em alguma região da África do Norte e na Itália durante a II Guerra Mundial), ocasionando que a família morasse com a avó, Ellen Maybury – que era muito dedicada a neta Myra. Mesmo com o término da guerra, os pais de Myra se separaram por desentendimentos e esta passou a morar em definitivo com a avó. Inteligente e apaixonada por natação se desenvolveu na infância sem muitas conturbações, sendo sempre solícita com pessoas o que a levaria na adolescência ao emprego de babá, ficando bastante conhecida na região em que residia. Aos 16 anos deixou os estudos para conseguir um emprego como balconista em uma empresa de engenharia.
Um acontecimento marcante em sua vida, foi a morte de um amigo Michael Higgins – o qual Myra considerava um irmão. Certa tarde o amigo a convidou para nadar em um lago, mas ela rejeitou. Michael acabou se afogando e Myra passou mais de um ano se culpando por sua morte pois era reconhecida como uma excelente nadadora e imaginava que poderia tê-lo salvo. Mais tarde conheceu Ronnie Sinclair, de quem ficou noiva, mas posteriormente terminou o noivado por alegadamente sentir que o relacionamento não provia fortes emoções. Aos 18 anos empregada na Millwards Merchandising conheceu Ian Brady, seu futuro parceiro de relacionamento e crime.
Embora Myra tenha tentado flertar com Ian por aproximadamente um ano, ele a ignorava, e mesmo que Myra não tomasse iniciativa, em seu diário pessoal ela o endeusava e tecia juras de amor.
“Ele é cruel e egoísta, e eu o amo” (Myra Hindley escrevendo sobre Ian Brady em seu diário).
Ele mal a notou, pois embora Ian pudesse ter o perfil aparentemente bissexual, na realidade ele era homossexual e não tinha interesse em Hindley.
Entretanto, em certa altura, ele cedeu e a levou ao cinema, e enquanto outros casais da época foram assistir o mais recente filme da figura mitológica James Bond, Ian levou Myra para assistir “The Nuremberg Trials“. Estabelecido o relacionamento, passou a induzi-la a ler sobre Hitler e Sadê, como se estivesse criando alguém a sua imagem. Durante esse tempo, ao invés de consumar o relacionamento, Ian fez jogos psicológicos com sua presa Myra, a ignorando por alguns meses e depois voltando a puxar a corda. O que a deixou totalmente entregue. Finalmente, quando se relacionaram, é sabido que ele tirou-lhe a virgindade com sexo violento e literalmente a mordendo. A partir desse ponto, Myra passou a tentar agradá-lo de todas as maneiras, tingindo o cabelo, passando a ser platinada para atender as expectativas arianas do parceiro, se vestir como ele desejava, se maquiar, e mesmo posar para fotos pornográficas para ele, já que o mesmo era fissurado com tecnologia e teria construído um estúdio de revelação em sua casa, bem como passava as horas vagas gravando os discursos de Hitler em discos de vinis. O desenrolar dessa aceitação inquestionável por parte de Myra, incentivou Ian a desenvolver e compartilhar suas fantasias sádicas de “prazer supremo” que seria estuprar e assassinar outras pessoas. Passaram a compartilhar literatura sobre assassinato, incesto e pedofilia.
Leram o livro “Compulsão” sobre o rapto de um garoto e sua morte por dois estudantes ricos. O livro tinha a intenção de ser um argumento contra a pena de morte, entretanto na mente diabólica de Ian, o foco foi encontrar onde eles teriam errado, para elaborar o seu crime perfeito. Chegando a conclusão de que haviam raptado o garoto perto de onde morava. Ian teceu um plano, no qual Myra se disfarçaria, raptaria uma criança e a levaria aos pântanos, e lá ele estupraria, mataria e sumiria com o corpo . Começaram a ensaiar para aperfeiçoar o método.
OS CRIMES
A primeira vítima foi a adolescente de 16 anos, Pauline Reade, que estava a caminho de um baile. Armaram uma cilada em julho de 1963, atraindo a vítima até a região de Saddleworth Moor onde o terreno é acidentado, com grama irregular e pântanos. Ian estuprou Pauline e cortou sua garganta sendo observado por Myra. Então ambos queimaram o corpo e o enterraram no meio do pântano.
Após experimentarem a sensação de matar, em novembro do mesmo ano, decidiram novamente sequestrar. Dessa vez a vítima foi John Kilbride de 12 anos, atraído ao pântano por Myra com a desculpa de encontrar uma luva que ela lá perdera. Em junho de 1964, os assassinos não se contiveram e sequestraram outra criança, com a mesma idade de John, Keith Bennett foi sequestrado perto de sua residência e levado ao pântano. Ambos foram estuprados, mortos e enterrados no pântano.
Nessa altura, o casal se regozijava dos corpos não terem sido encontrados e acreditavam ser invencíveis. Somente o registro do desaparecimento das vítimas e cartazes de buscas haviam sido distribuídos, o que na visão de Ian embalava sua impunidade e sensação de superioridade.
Após seis meses, precisamente no dia posterior ao natal, em dezembro de 1964, o casal sequestrou de um parque de diversões a pequena Lesley Ann Downey de 10 anos. Com ajuda de Myra, Ian tirou fotos pornográficas da pequena Lesley e além de molestá-la, gravou em uma fita de áudio a sessão de tortura que fizeram com a criança. Após, Ian a estuprou violentamente e Myra a enforcou com um lenço que costumava utilizar para sair em público. Posteriormente enterraram o corpo da criança no pântano junto as outras vítimas.
ATENÇÃO: Segue transcrição de tradução livre do áudio, o conteúdo é extremamente pesado.
(Som da porta batendo)
(Ruído crepitante)
(Passos-pesados)
(Passos em toda a sala e, em seguida, um ruído de gravação seguido de sopro de som para o microfone)
(Passos)
Myra – (Voz silenciosa, ilegível)
(Passos, luz, andando pelo quarto, conversa sussurrada ao mesmo tempo)
(Passos)
(Fala, distante, contendo a palavra “no andar de cima“, depois dois passos)
Lesley – (gritando) Não. Mãe – Ah.
Myra – (sussurrando) Vamos.
(Passos)
Myra – (sussurrando) Cala a boca.
Lesley – (implorando) Oh, por favor.
Lesley – Oh. (Então fraco 🙂 Me ajuda! – oh.
Lesley– Ajuda. (Seguido por ruído)
Myra – Shiu. Shiu.
Myra – Cala a boca. Cale-se.
(Gritos e gargarejos)
Lesley – Oh. Oh. Oh. (Criança chorando)
Myra – (sussurrando) Continua – e você vai ficar bem.
Myra – (sussurrando) Vá em frente.
(Passos rápidos na escada, em seguida, entrando no quarto)
(Criança chorando, abafada)
Ian – (sussurrando) Aqui.
Myra – Silêncio, silêncio. Continue.
(Mulher falando, ilegível)
(Criança chorando)
Myra – Você está bem. Sussurro. Coloque em sua boca – fica quieta e troca de mão.
(Criança chorando)
Myra – Coloque-o em sua boca e mantenha-o dentro e ficará tudo bem.
Myra – Coloque, pare.
Myra – Se você não – shh.
(Criança chorando)
Myra – Coloca na boca. Sussurro. Cale a boca ou vou te bater. Coloca dentro da boca.
(Criança choramingando)
Ian – Coloca.
Myra – (Fala rapidamente) Coloca, anda.
Ian – (fala, mas palavras ilegíveis exceto a palavra ‘mão’)
(Passos)
Mantenha-o dentro. Pare agora. Pare com isso agora.
Myra – Eu só estou fazendo isso e você vai ficar bem depois.
Myra – Coloque na boca. Coloque – o dentro.
(Mais palavras pronunciadas pela mulher que são ilegíveis, exceto para ‘colocá-lo em‘)
Myra – Você vai parar com isso, pare com isso.
(Voz da mulher ilegível)
(Criança choramingando)
Myra – fechado–
Ian – Rápido. Coloque agora.
(Criança choramingando)
(Ruído de criança vomitando)
Myra – Só ponha agora, querida. Coloque agora.
(Ruído vomitando)
Lesley – (abafado) O que isso significa?
Ian – Coloque-o.
Lesley – Posso apenas dizer-lhe uma coisa? Quero falar. Por favor, tire as măos de mim um minuto, por favor, por favor … Mamăe – por favor.
Lesley – Năo posso te dizer.
(Grunhindo)
Lesley – (em sequência rápida) Eu não posso te dizer, eu não consigo respirar. Oh.
Lesley – Eu não posso – Pai – Você vai tirar suas mãos de mim?
(Homem sussurrando)
Ian – Não. Diga-me.
Lesley – Por favor, Deus.
Ian – Diga-me.
Lesley – Eu não posso enquanto você tem suas mãos em mim.
(Murmurando som)
Ian – Por que você não mantêm dentro da boca?
Lesley – Por quê? O que você vai fazer comigo?
Ian – Quero algumas fotografias, só isso.
Ian – Coloque-o. (dentro da boca)
Lesley – Não vai tirar minha roupa, tá?
Myra – Isso mesmo, não –
Lesley – Me machuca. Quero ver a mamãe, juro por Deus.
Ian – Coloque-o.
Lesley – Eu juro sobre a Bíblia.
Ian – Coloque-o, e se apresse agora. Quanto mais rápido você fizer isso, mais rápido você vai para casa.
Lesley – Eu tenho que ir, porque estou saindo com minha mãe. Deixe-me, por favor. Ajude-me, você vai me ajudar?
Ian – Coloque em sua boca e você vai ficar bem.
Lesley – Você vai me deixar ir quando isso acabar?
Ian – Sim. Quanto mais tempo você demora para fazer isso, mais tempo você leva para chegar em casa.
Lesley – O que você vai fazer comigo primeiro?
Ian – Vou tirar algumas fotografias. Coloca na sua boca.
Lesley – Para quê?
Ian – Ponha na sua boca. (Pausa) Direto pra dentro.
Lesley – Eu não vou fazer.
Ian – Coloca. Se você não manter essa mão para baixo, vou cortar seu pescoço. (Pausa) Coloca.
Lesley – Você não vai me deixar ir? Por favor.
Ian – Não, não. Coloca, para de falar.
Ian – Qual é o seu nome?
Lesley – Lesley.
Ian – Lesley o que?
Lesley – Ann.
Ian – Qual é o seu segundo nome?
Lesley – Westford. Westford.
Ian – Westford?
Lesley – Eu tenho que chegar em casa antes das 8 horas. Eu tenho que começar – (pausa) Ou eu vou ser morta se não estiver lá. Juro por Deus.
Ian – Sim.
(Passos rápidos de mulher deixando quarto e descendo, então um clique, depois os passos da mulher subindo as escadas e depois oito passos mais longos)
Ian – O que é isso?
Myra – Eu deixei a luz acesa.
Ian – Você tem?
Myra – Assim que – (restante da frase ilegível)
(A criança começa a chorar)
Lesley – Meu pescoço dói.
Ian – Anda, coloca em sua boca e você vai ficar bem.
Myra – Agora escute.
Lesley – (chorando) está doendo –
Myra – (interrompendo) Anda! Cala a boca. Agora, coloque pra dentro. Puxe a mão para longe e não fique mal e apenas mantenha sua boca fechada, por favor.
Myra – Espere um pouco, vou colocar isso de novo. Você me pegou?
Lesley – (choramingando) Não, eu – (restante da sentença ilegível)
Myra – Shiu. Silêncio. Coloque isso em sua boca. E novamente.
(Frases sussurradas, ilegíveis)
Lesley – Quero ir para casa. Juro por Deus. Eu vou (mais discurso abafado mas ininterrupto) – antes das oito horas.
Myra – Não, está tudo bem.
Ian – Eh!
(Música começa, melodia country seguido de “Jolly St Nicholas”, durante o qual vários ruídos não-vocais podem ser ouvidos, em seguida, sintoniza em “The Little Drummer Boy”, durante o qual uma voz fala -)
(Três fissuras altas, sistemáticas, parciais)
(Música – “The Little Drummer Boy” – mais fraco)
(Passos)
(Os sons na fita param)
Passado algum tempo, em divergências de narrativa que apontam que Ian Brady estaria compartilhando seus interesses a roubo de bancos com o cunhado David Smith, que era casado com a irmã de Myra Hindley, Maureen. E em outro casos que Ian teria se vangloriado ao cunhado de suas matanças, o qual teria duvidado – o fato é que Ian incitou que David fosse até sua casa em determinada ocasião para um experimento.
Myra e Ian fisgaram uma nova vítima na Estação Manchester Central Railway, o adolescente Edward Evans de 17 anos homossexual atraído por Ian Brady que relatou ao mesmo que Myra era sua irmã. Partiram todos para um drinque em sua casa. Depois de beberem vinho, Brady saiu de casa para buscar David Smith, que fora instruído a esperar do lado de fora da casa, até que dessem um sinal acendendo a luz da frente, para que batesse na porta. No desenrolar dos fatos, David ficou sozinho na cozinha, então teria ouvido um grito, indo correndo em direção ao som, encontrando Ian Brady batendo na cabeça de Edward com um machado, depois soltando para estrangular a vítima com um pedaço de cabo elétrico. Em choque, David ajudou o casal a limpar toda a cena do crime, assim como a empacotar em malas objetos incriminadores. Durante o assassinato Ian machucou o tornozelo o que os impedia naquele momento de deslocar o corpo para o pântano. Então enrolaram o corpo da vítima em plásticos e o colocaram no quarto de visitas e antes de David voltar para casa, o fizeram prometer que retornaria para ajudar a eliminar o corpo. Smith em choque retornou para casa e contou tudo a esposa assim como ligou para a polícia.
Na manhã seguinte a polícia foi até a casa do casal, e encontraram Brady escrevendo uma nota a seu empregador alegando não poder trabalhar por seu tornozelo machucado. Revistaram a casa até encontrarem o quarto de visitas trancado a chave, o qual Myra dissimulou alegando que a chave estava em seu local de serviço, mas ao ser lhe ofertado escolta para buscar a chave, acabou abrindo a porta do quarto onde foi encontrado o corpo. Quando questionados, Myra se esquivou enquanto Ian alegou ter tido um desentendimento e matado a vítima em um acidente. Acabou sendo preso, enquanto Myra permaneceu em liberdade por mais quatro dias, ocupada em abandonar o próprio emprego e dar entrada em benefícios trabalhistas.
Durante o interrogatório, Brady tentou incriminar David Smith no assassinato e isentar Myra da participação. Entretanto David apontou as malas que havia ajudado a dispor os itens incriminadores bem como apontou o interesse excessivo de Brady por estações de trem. As autoridades policiais procuraram por indícios dessas bagagens e encontram um recibo de bagagem escondido dentro do livro de orações de Myra, na casa do casal de assassinos, o que os levou a rastrear as malas na estação, encontrando no conteúdo diversas provas como 9 fotos pornográficas de uma criança com um lenço na boca, bem como a fita de áudio, ambas provas da tortura, abuso e morte de Lesley Ann. Mais tarde encontraram na casa um caderno com o nome de uma das vítimas rabiscado, o que era uma prova do envolvimento do casal.
Encontraram ainda fotos do casal, uma em especial que mostrava Myra posando na região dos pântanos, o que os levou a desconfiar do local. Daí em diante, passaram um mês vasculhando a região, acabando por encontrar o corpo de Lesley Ann.
Ao longo do julgamento, e dos anos, Myra e Ian fizeram jogos com a mídia, e a polícia. Não admitiram os crimes de imediato e deixaram com que os corpos fossem encontrados ao acaso. Em diversas ocasiões, tanto um quanto o outro foram levados amarrados a região do pântano para apontar os locais de desova, o que pareceu somente uma artimanha para passearem na região, visto que sempre alegavam que a vegetação havia mudado ou que haviam se esquecido de onde era o local correto.
Posteriormente foi encontrado a 100 metros do local de desova da pequena Lesley Ann o corpo da primeira vítima, Pauline e após encontraram o corpo de John Kilbidre.
O corpo de Keith Bennett nunca foi encontrado, e sua mãe enviou muitas cartas tanto a Myra quanto a Ian implorando para que indicassem o local, o qual sempre foi ignorada friamente por Myra e tratada com desdêm por Ian Brady.
Em 1971 Myra Hindley cortou definitivamente contato com Ian, já que estivera entretida com uma nova paixão, uma oficial da prisão lésbica (naquela época não existiam códigos de conduta rígidos entre presos e carceireiros).
Recentemente o tablóide inglês The Sun conseguiu acesso a arquivos da prisão, se destacando que em 1973, Myra juntamente com a oficial guarda da prisão, Patricia Cairns; com quem mantinha um relacionamento amoroso – planejaram uma fuga com requintes de acuidade, que envolveu estudo detalhado de escalas de trabalho dos guardas, cópias de chaves das portas das celas feitas com sabão, falsificação de passaporte para Myra feita por um detento, e um destino de fuga longínquo, nada mais nada menos que o Brasil. O planejado era que as duas viessem para o Brasil e que Myra trabalharia como missionária.
O plano foi descoberto, Myra se isentou de toda a responsabilidade alegando desconhecer qualquer fato do plano e a oficial acabou admitindo a culpa, sendo condenada a seis anos de prisão. Para destruir a defesa de Myra, foi encontrada na casa de sua amante, uma carteira de motorista com o nome de Myra Spencer, juntamente a uma foto de Myra Hindley usando uma peruca.
Ian por sua vez, além de finalmente assinar uma confissão formal, e ter se proposto a encontrar o corpo da vítima Keith Bennett, o que se resultou infrutífera, pois o próprio Ian se perdeu na região do pântano, mais tarde enviou uma carta à repórter da BBC se vangloriando de outras cinco vítimas sem contudo entregar os nomes. A polícia não encontrou possíveis vítimas que se encaixassem a época dos fatos e ao questionarem Myra, essa alegou desconhecer esses assassinatos. Possivelmente se tratando de artimanha de Brady para ter atenção.
Myra Hindley continuou ao longo dos anos impetrando apelações e recursos para conseguir liberdade, sem contudo alcançar êxito. Em novembro de 2002, veio a óbito após desenvolver pneumonia, causada por uma avançada doença cardíaca. Suas cinzas foram espalhadas em um parque rural em Stalybridge, e seus parentes foram desaconselhados a assistirem, pois todos se encontram em programas de proteção a testemunha. Aparentemente somente a amante, a oficial da prisão compareceu a despedida. Suas últimas palavras, foram: “Eu quero minha mãe” – nada perto do quanto a vítima Lesley Ann implorou.
Ian Brady após 19 anos na prisão teve diagnóstico de psicopatia. Atualmente se encontra internado em hospital psiquiátrico devido a ter desenvolvido esquizofrenia. E as últimas notícias, de dezembro de 2016 apontam uma carta na qual o mesmo informa se encontrar em estado terminal, com problemas graves envolvendo pulmão, de cama há cerca de dois anos.
Ao longo de sua estadia manipulou e forjou estado de insanidade para ser transferido de um presídio para o outro, assim como de hospitais psiquiátricos. Passou algumas épocas na solitária decorando Platão e Shakespeare no ócio com as paredes da cela.
Em 1999 ao que se sabe, durante alguma situação envolvendo guardas na prisão, teve o pulso quebrado e passou a constantemente apresentar apelações contra o Estado esconjurando sua vida amarga na prisão e supostos abusos que sofreria.
Controversa também sua suposta greve de fome que estaria durando 14 anos, tendo sido forçado pelo estado a ser alimentado por tubos, entretanto, uma enfermeira que o assistiu, veio a público dizer que o mesmo se alimentava normalmente, não recusando qualquer das refeições.
Algumas fontes apontam que Ian Brady teria o desejo de suicidar-se daí a manipulação para troca de hospitais, outras conjecturam que trata-se de artifícios e que o mesmo não tem intenção de cometer suicídio. Aparentemente a pseudo greve de fome é uma artimanha, bem como seu desejo esporádico suicida simulado, considerando as décadas na prisão e sua indestrutível assiduidade em processar o Estado.
Megalomaníaco e narcisista, Brady costuma se comparar a Jack, o Estripador.
Winnie Johnson faleceu em 2012 devido ao câncer, depois de uma batalha pública contra os algozes de seu filho Keith Bennett. Pela busca do corpo do filho, chegando a ser presa por tentar impedir o sepultamento simbólico, repetidas vezes buscou respostas nos assassinos. Sendo ignorada até o fim de sua vida.
Realmente insano a história do casal de assassinos do pântano, não é mesmo?
Leia também: A verdadeira história da por trás do filme Invocação do Mal.
Fonte: Isso É Bizarro.
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