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Cayetano Santos Godino, também conhecido como “El Petiso Orejudo” (O Anão Orelhudo), nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 31 de outubro de 1896. Ele foi considerado o primeiro assassino em série da Argentina. Desde sua infância conturbada, foi o autor de vários assassinatos, tentativas de homicídio e também de incêndios em construções. A partir dos 7 anos, além de matar animais e tortura-los, Godino conquistava crianças (maioria menor de 2 anos), e as levava para terrenos baldios, espancando-as com pedras, até ser detido por policiais. Foi levado à delegacia várias vezes, mas sempre liberado por ter pouca idade. Uma das crianças morreu estrangulada por ele, e Godino a enterrou no terreno baldio. A criança foi considerada desaparecida e nunca foi encontrada.
Com 10 anos, Godino passava o tempo torturando animais e se masturbava compulsivamente. Seus pais não sabendo o que fazer com ele, disseram à polícia, resultando em um período de dois meses em uma prisão juvenil. Em 1908, conquistou Severino González Caló (de 2 anos) com doces, levando-o até um seleiro e tentou afogá-lo num cocho de cavalo, mas novamente foi detido a tempo e liberado no dia seguinte. Para se explicar, comentou que viu uma mulher de preto tentando afogar o menino, e todos acreditaram!
Julio Botte (também de 2 anos) seria a próxima vítima de Godino. Em 15 de setembro, tentou queimar as pálpebras da criança com um cigarro. Os gritos dela chamaram a atenção de sua mãe, que correu para socorrê-lo. Godino conseguiu fugir de novo. Em 6 de dezembro, os pais o levaram até a delegacia , mas desta vez ele ficou três anos trancado na Colônia Juvenil Marcos Paz. Infelizmente, a pedido de seus pais, foi libertado em 23 de dezembro de 1911, antes de fazer 15 anos. Em 17 de janeiro de 1912, sua paixão por fogo começou a aumentar. Godino ateou fogo em um depósito na Rua Corrientes. Quando foi preso, ele disse à polícia: “Eu queria ver os bombeiros trabalhando. É bom poder ver como eles caem no fogo”!
Em 1912, o corpo de uma criança de 13 anos foi encontrado em uma casa abandonada. Ele estava todo espancado, despido e com uma corda no seu pescoço. A polícia não tinha pistas e mais uma vez Godino se livrou. Em 7 de março desse mesmo ano, Godino incendiou o vestido de Reyna Vainicoff, de 5 anos, que não se recuperou e faleceu alguns dias depois.
Nesse mesmo ano, após seu pai ficar gritando e discutindo com ele, Godino saiu de sua casa e se deparou com sua próxima vítima perfeita, Jesualdo Giorgano. Ele estava brincando na frente de sua casa, quando Godino se aproximou e ofereceu para comprar alguns doces para convencê-lo a ir com ele. Essa seria sua última façanha criminosa. Em um bar ali perto, ele comprou doces e deu alguns para o menino. Prometendo dar mais, Godino levou Giordano para um barraco próximo. Quando eles estavam lá dentro, atirou o menino no chão e tentou sufocá-lo com uma corda que usava como cinto. Sem sucesso, ele cortou essa corda e amarrou as mãos e as pernas do menino. Cansado, Godino saiu para encontrar uma arma mais eficaz. Ele achou os itens perfeitos para usar: um pedaço de tijolo e um prego enferrujado. Ao se abaixar para apanha-los, ouviu alguém chamá-lo. Era o pai de Giordano preocupado com o sumiço do filho. Godino então respondeu “Eu não sei nada sobre seu filho, senhor. Se eu fosse você, iria à polícia! Vá agora, os policiais irão ajudá-lo a encontrar!”
Depois que seu grande plano deu certo, Godino voltou para o barraco com as armas e continuou o que havia começado. Abaixou perto de Giordano e tentou acordá-lo, mas não conseguiu. Satisfeito com a rapidez e pradicidade de matar a criança, Godino enfincou o prego enferrujado com ajuda do tijolo na cabeça da criança, dando seu golpe fatal. Para o azar de Godino, havia dessa vez uma testemunha que o ligava com o desaparecimento: a mulher da loja de doces. Ao descrever a cena e as crianças, a polícia e o pai de Giordano já sabiam onde procurar.
Quando voltaram ao lugar onde o pai da criança tinha encontrado Godino, eles acharam o cadáver do menino. Às 8 da noite, Godino foi ao velório e se misturou entre as pessoas. Ninguém o notou pois estavam muito abalados. Chegou perto do cadáver e percebeu que não havia mais o prego que tinha colocado, ficou muito chateado e foi embora.
A polícia havia conectado os casos a Godino e às 05h30min da manhã do dia 4 de dezembro de 1912, ele foi preso, confessando seus crimes. Acredita-se que ele era um deficiente mental e não tinha consciência de seus atos. Por isso, em 4 de janeiro de 1913, ele deu entrada no Hospício de las Mercedes, onde tentou matar alguns dos internos. Devido aos relatórios médicos, que declararam que ele era louco, o juiz interrompeu o caso e determinou que ele ficasse no hospício julgando ele incapaz de entender a natureza de seus atos. Isto foi confirmado pelo juiz de segunda instancia, mas em 12 de novembro de 1915 a Câmara de Apelações o condenou a prisão perpétua, julgando que ele não era completamente louco e que um tratamento no hospício tinha dado resultado.
O recurso foi aprovado ordenando que ele fosse transferido para a Penitenciária Nacional em 20 de novembro. Em 28 de março de 1923, Godino foi transferido para a Penitenciária de Ushuaia. No ano de 1933, ele passou algum tempo no hospital por uma surra que ele levou de alguns presos depois de ter matado dois gatos de estimação dos apenados. De 1935 em diante, ele sempre esteve doente e não recebeu visitas até que morreu no dia 15 de novembro de 1944 em circunstâncias duvidosas.
Fonte: Evidência Criminal e Mundo Mau
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