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Nos dias atuais, o “travestismo” tornou-se uma ocorrência bastante comum. Mas, no passado, não só foi desaprovada como era uma atitude pecaminosa. Devido a leis que evitavam que as mulheres se apresentassem dentro de uma sociedade, muitas delas decidiram viver suas vidas como homens.
Alguns tinham vidas bem sucedidas, enquanto outros sofreram graves consequências. Joana D’Arc, por exemplo, se vestia como homem para proteger sua virgindade enquanto vivia entre soldados, e viu sua ruína quando fora descoberta, sendo julgada culpada por heresia e executada.
O que mais tarde foi comprovado como errôneo e seu “bom” nome fora restaurado. O que não foi uma verdade para muitas mulheres do passado. É muito importante lembrarmos que não temos o intuito de criticar, julgar nem impor verdades absolutas. Nosso objetivo é único e exclusivo de informar e entreter.
Por isso, nessa matéria, nos referimos àqueles que se identificarem com seu conteúdo. E pensando nessas tantas mulheres que foram obrigadas a se “esconder”, que o Muita Brisa selecionou uma listinha com 7 homens que nasceram mulheres e você nunca saberia. Confira:
1 – Billy Tipton
Nasceu como Dorothy Lucille Tipton, em 1914. Foi um saxofonista e pianista de Jazz estadunidense. Em 1933, começou sua carreira com pequenos bares de Oklahoma. Com o tempo, seu nome começou a ser associado ao de seu pai, Billy. Sendo assim, por vezes apresentava-se como homem, escondendo os seios e tudo o mais.
No início, Tipton aparecia como homem apenas em suas apresentações, mas em 1940 ela começou a viver inteiramente como ele. Obteve sucesso e começou a ganhar fama e dinheiro, gravando uma série de discos populares. Teve uma ampla gama de relações com mulheres, no intuito de manter seu disfarce.
Num determinado momento, teve uma relação longa com uma mulher (sempre escondendo seu verdadeiro sexo) e adotaram três filhos. Billy foi descrito como um excelente pai. Então, em 1989, com 74 anos, Tipton faleceu. E, só então, foi que o médico legista revelou a família que Billy, na verdade, era Dorothy.
Billy é o que está no meio.
2 – Chevalier d’Eon
Charles-Geneviève-Louis-Auguste-André-Timothée d’Eon de Beaumont. Nacsceu em 1728, na França. D’Eon nasceu mulher mas, viveu a primeira metade de sua vida como homem. De acordo com dados biográficos, d’Eon foi criado por seu pai como um menino porque, para herdar a fortuna de seus sogros ele precisava ter um filho homem.
Como era comum na época e a família nobre mas sem títulos, se auto denominaram Chevalier, que significa Cavaleiro. Em 1756, d’Eon entrou para o serviço de espionagem do rei Luís XV e em uma missão secreta foi enviado à Rússia para atender a imperatriz Elizabeth.
Em 1761, d’Eon retornou à França. No ano seguinte, se tornou capitão de dragões, sob ordens do Marechal de Broglie, e lutou nas fases posteriores da Guerra dos Sete Anos. Foi ferido e recebeu a Ordem de Saint-Louis. A ele acabou sendo concedida uma pensão e viveu um tempo em exílio político na Inglaterra.
Em uma negociação com Luiz XVI, lhe foi concedido retorno à França mas, para isso, teria que voltar a viver como mulher. Esse “porém” só foi aceito por o Rei ofereceu pagar todas suas roupas novas. E então, d’Eon viveu todo o resto de sua vida como mulher.
3 – James Barry
Sabe-se que nasceu entre 1792-1795, foi um cirurgião militar no exército britânico e, até o final de sua carreira foi inspetor geral dos hospitais militares. Também serviu na África do Sul e Índia.
Entre suas realizações estão: a primeira cesariana bem sucedida na África, por um cirurgião britânico, na qual tanto mãe quanto bebê sobreviveram. James nasceu como Margaret Ann Bulkley, sendo assim, foi a primeira pessoa do sexo feminino a se qualificar em medicina.
Burkley assumiu o papel de Barry no objetivo de alcançar seu sonho de trabalhar com medicina. Em 25 de julho de 1865 morreu de desenteria e, aparentemente, a faxineira Sophia Bishop foi a primeira a descobrir sua verdadeira identidade, revelando a verdade depois do funeral.
4 – Malinda Blalock
Foi um soldado durante a Guerra Civil Americana, que lutou bravamente em ambos lados. Quando a guerra começou, em vez de se separar do marido Keith, ela decidiu se disfarçar de homem e, também, entrar para o exército. Foi registrada oficialmente em 20 de março de 1862.
Seus documentos de registro são um dos poucos que ainda existem sobre mulheres soldados na Guerra Civil. Malinda era um bom soldado e sua identidade não fora revelada. Eventualmente o casal desertou do exército.
5 – Denis Smith
Nascido como Dorothy Lawrence, foi um repórter inglês que se disfarçou como homem para que pudesse cobrir a Primeira Guerra Mundial. Dorothy, com 19 anos, estava vivendo em Paris e queria ser um repórter de Guerra, o que era praticamente impossível por causa de seu sexo, ainda mais porque até os próprios homens estavam tendo dificuldades de conseguir esse tipo de cargo.
Ela conseguiu convencer dois jovens soldados ingleses a lhe dar seus uniformes. Ela tinha cabelos curtos, estilo militar e coloriu sua pele para que aparentasse um ar mais “bronzeado”. Com documentos falsos, como Soldado Raso Denis Smith, do Regimento de Leicestershire, conseguiu chegar até a linha de frente. Um amigo a ajudou a encontrar um trabalho como sapador na Força Expedicionária Britânica.
Ele também encontrou uma casa abandonada para que ela pudesse dormir à noite. Depois de 10 dias ela começou a se preocupar se conseguiria continuar escondendo sua verdadeira identidade, pois o homem que a ajudou estarei em perigo e poderia ir para a cadeia. Ela foi interrogada como espiã e declarada prisioneira de guerra.
Os militares se preocuparam com que se sua história vazasse, talvez, outras mulheres iriam querer entrar para o exército disfarçadas. Dorothy foi obrigada a assinar uma declaração dizendo que ela não contaria sua história. Quando voltou para Londres, foi impossibilidade de trabalhar por causa de seu depoimento.
Quando a guerra acabou ela escreveu sua história mas, o Ministério da Guerra, a censurou, fazendo com que a história só fosse publicada muitos anos depois. Então, em 1925, Dorothy foi declarada como louca e enviada um hospício em Colney, chamado Hatch Lunatic Sylum, e em 1964 faleceu.
6 – Marinus
Marinus nasceu Marina, no século VI. Seu pai queria se juntar a um Mosteiro (Mosteiro de Qannoubine, no Santo Valley, Líbano), então decidiu levar sua filha disfarçada de menino. Ambos foram admitidos e se tornaram monges. Depois de viver no mosteiro por alguns anos, tornou-se necessário que pai e filha viajassem.
Enquanto estavam hospedados em uma pousada, a filha rebelde do estalajadeiro ficou atraída por Marinus e tentou seduzi-la. Quando Marinus recusou seus avanços, ela afirmou ter sido seduzida por Marinus e que estava grávida. Este, por sua vez, não tentou desmentir as alegações. Assim, foi expulsa do monastério.
Para piorar a situação Marinus foi obrigado a assumir a paternidade da criança, sendo obrigado a realizar duras penitências e trabalhos braçais. Quando sua identidade foi revelada, enfim chegou a hora de sua morte. Marinus é reverenciado pela igreja Católica Romana e Ortodoxa como Santa Marina The Monk.
7 – Albert Cashier
Na verdade era Jennie Irene Hodger, nascida em 1843. Em 1862, Hodgers se disfarçou de homem e se alistou no 95ª regimento de Ilinois com o nome de Albert Cashier. O regimentos estava sob ordens de Ulysses S. Grant e lutou em mais de 40 batalhas. Cashier conseguiu passar desapercebida pelos outros soldados.
Foi capturado no campo de batalha mas, conseguiu escapar depois de dominar um guarda. Brigou junto a seu regimento até 1865. Depois da guerra, Cashier continuo a viver como homem, convencendo todos a seu redor. Por quarenta anos trabalhou como zelador de uma igreja, em cemitérios e acendedor de rua.
Votou como homem e reivindicou pensão de veterano. Em 1910 foi atingida por um carro e quebrou uma perna. Um médico descobriu seu segredo, mas concordou em dizer nada. Em 1911 se mudou para uma casa de repouso de soldados. Suas faculdades mentais começaram a se deteriorar e, quando um enfermeiro lhe deu banho e descobriu seu verdadeiro sexo, ela foi obrigada a usar vestido até o fim de sua vida. Cashier morreu em 1915 e foi enterrado em trajes militares.
E aí pessoal, o que acharam dessas histórias? Insanas não é mesmo? Conhecem mais alguma outra história que não mencionamos nessa lista? Compartilhe sua brisa com a gente!
Fonte: (1).
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